Alunos terão que fazer mais lição de casa


  • 17 de março de 2011 | 

  • 0h42 | 

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  • Categoria: EducaçãoGeral
    MARCELA SPINOSA
    Apenas 31,8% das escolas municipais de ensino fundamental passam lição de casa todos os dias para os alunos. Quem garante são os pais, que participaram de uma pesquisa sobre a rede divulgada ontem pela Secretaria Municipal de Educação.
    Eles informaram ainda que 34,2% dos filhos só estudam em casa quando há prova. Para tentar mudar esse quadro, a pasta pedirá aos professores que cobrem mais tarefas, aumentará a carga de aula em mais duas horas e criará um programa padronizado de reforço escolar.
    Os dados fazem parte do levantamento Perfil da Rede Municipal de Ensino, realizado em novembro, durante a Prova São Paulo – ela avalia o desempenho dos estudantes em português e matemática. Os resultados desta edição serão divulgados hoje.
    O estudo foi desenvolvido pelo Núcleo de Avaliação da pasta em parceria com o Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Fundação Universidade de Brasília (UnB). 
    Foram produzidos seis questionários diferentes, respondidos por 502.354 mil pessoas, entre alunos, pais, professores, supervisores, coordenadores pedagógicos e diretores das 544 escolas de ensino fundamental da cidade.
    Com base nos resultados, o secretário Alexandre Schneider disse que um dos desafios é aumentar o número de lições de casa.
    Pais presentes
    Para a presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Quézia Bombonatto, o dado sobre a frequência da lição de casa é preocupante. “Lição é todo dia. É o momento em que o aluno fixa o conteúdo. Quando se fala em educação, não basta decorar fórmulas. O aluno deve entendê-la para colocá-la em prática. E o dever ajuda nisso”, explica.
    Segundo ela, o dever deve ser orientado pelo professor e acompanhado pela família. “Os pais, se não conseguirem esclarecer as dúvidas, devem cobrar do filho a lição”.
    Quézia diz que a tarefa pode ajudar o aluno a não frequentar a ‘recuperação paralela’, um reforço que alunos fazem para melhorar o desempenho escolar.
    Entre os estudantes que participaram da pesquisa (242.977 mil), 23,1% da 1ª a 4ª séries fazem recuperação em matemática e 30,3%, de português.
    Outros 22,4%, de 5ª a 8ª, fazem reforço em matemática e 25,3%, de língua portuguesa. “Número baixo, que deve ser maior, tendo em vista que eles chegam com defasagem por não terem aprendido nos anos anteriores.”
    O secretário publicará portaria que implantará, a partir deste semestre, aulas de recuperação dessas disciplinas no contraturno. Serão oito módulos, quatro para cada matéria, com conteúdo padronizado.
    “Vamos pedir um esforço maior para as 128 escolas que não cumpriram as metas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, do Ministério da Educação, que mede a qualidade do ensino das escolas)”. Os professores que ministrarem essas aulas terão um bônus no salário.
    Para dar conta da demanda dessas aulas, a carga horária dos turnos será alterada. Outra portaria, a ser publicada até semana que vem, instituirá sete horas de aula – duas para atividades extracurriculares.