Educação Emocional Assertiva em tempos de Pandemia: a doença COVID-19 provocada pelo CoronaVírus nos chama para sermos mais e melhores!!

Há dois meses e meio, aproximadamente, a doença COVID-19 provocada pelo Coronavírus chegou a todos os continentes e, literalmente, instaurou o caos e, de uma maneira incomum colocou escolas, empresas e famílias reféns de palavras como: remoto, virtual, a distância, EaD, entre outras.

No primeiro mês imperou a sensação de impotência, de “não controle” e de ignorância (inclusive por parte de cientistas): de fato, absolutamente ninguém, tinha ideia sobre o que ia acontecer e, todos, professores, empresas e famílias, com o isolamento social e o movimento #fiqueemcasa, começaram a tentar se modelar ao novo modus operandi, acomodar-se à nova realidade e buscar formas de se adequar às novas solicitações laborais, domésticas e educacionais tais como:

  • Aceitar o desafio de ser um pouco professor, dar suporte às atividades acadêmicas do(s) filho(s);
  • Atender ao desafio pessoal de cada membro da família:
    • Desafio atitudinal: filhos ou membros que não querem fazer ou colaborar;
    • Desafio conceitual: filhos e membros que não sabem o que fazer (ou o conteúdo ou sobre o trabalho doméstico ou da empresa);
    • Desafio procedimental: filhos e membros que não sabem como fazer (para se adequar, com os recursos de então, com a nova rotina, etc.); e
    • Desafio de Inteligência Emocional (aceitar que precisa de ajuda, conseguir pedir ajuda; conseguir falar que não sabe; admitir e falar que não vai conseguir, conseguir de forma tranquila falar que não quer, entre outros).
  • Contornar a postura de filhos ou membros que resistem aceitar ajuda da mãe ou do pai ou prestar ajuda a eles/ marido/esposa;
  • Preparar a rotina da casa e dos membros para que todos possam fazer suas tarefas.

Na grande maioria das famílias os pais continuam trabalhando, já em outras há um dos membros do casal parental que está em sistema home office (ou os dois) e continua(m) tendo as tarefas de trabalho, ou seja, devem driblar tudo isso e dar conta de seu trabalho a partir de casa. Além, de ter de fazer as tarefas domésticas, já que funcionárias(os) ou diaristas foram afastadas(os) por todos temerem o contágio. Ou seja, além de colocar em sua rotina as diretrizes higiênicas atuais e as adequações domésticas, precisa(m) continuar levando/construindo resultados às suas escolas, aos seus negócios ou empresas contratantes.

De uma hora para outra o mundo foi colocado aos pés do digital. Haja criatividade, inteligência emocional e educação emocional assertiva para domar a fera dos novos tempos.

 Nunca foi tão necessário exercitar a virtude da Sabedoria e o traço de caráter Empatia, ao reconhecer que o outro está aflito, angustiado, cansado, com medo ou esgotado com tantas mudanças.


E, “para não dizer que não falei das flores” é necessário e urgente o autocuidado, permitindo-se sentir e falar de seus sentimentos, aceitando-os! Uma estratégia que estou usando é tentar fazer coisas que sempre tive vontade de fazer (como escrever esse artigo, por exemplo). Aproveite este tempo obrigatório que nos foi instaurado pelo destino, para ler ou escrever, assistir ou filmar, pintar ou ser pintado, meditar ou orar. Seja o que for, experimente escolher (para aplacar o sentimento de “não controle”) e lhe traga, em primeiro lugar, experiências de bem-estar!

Contudo, se seu sofrimento ou o de alguém próximo, estiver muito penoso ou árduo, conte para alguém de sua confiança ou confie na ajuda ajustada de um atendimento psicológico on-line.

Num segundo momento, envolva seu/sua(s) filho/a(s) nas tarefas domésticas, num exercício de autonomia, pedindo ajuda e compartilhando responsabilidades.

Posteriormente, pense na escola ou trabalho, estabelecendo uma rotina com seu/sua(s) filho/a(s) iniciando pelas atividades obrigatórias da escola/trabalho, alternando com atividades livres/lúdicas, entre outras distrações. Mas, aqui também vale lembrar que assim como para o adulto o Setor Produtividade (que interfere no Setor Sócio-cultural e Orgânico e por eles é influenciado, permeando e permeados, que são, pelo Setor Afetivo-Relacional)  se delimita a partir de seus resultados no trabalho e/ou nos estudos, para a criança esse Setor se delimita em seus afazeres lúdicos ou escolares, ou seja: a brincadeira (na primeira infância) e a escola (para quem está no ensino fundamental ou médio) são o trabalho da criança ou do jovem.

Fonte: UMESP (Metodista)

E, por último, mas não menos importante, em alguns momentos do dia (15 minutos por dia, por exemplo) esteja à disposição de seu/sua(s) filho/a(s), marido/esposa, seja para fazer as tarefas escolares ou ajudar em tarefas laborais ou domésticas ou simplesmente para estar junto. Faça dessa uma excelente ocasião para cultivar do hormônio da ocitocina, também conhecido como hormônio do amor*, brincando, dando risadas, dando e recebendo carinho, enfim, acionando a Ilha da Bobeira, como no filme DivertidaMente (Uma recompilação de tudo que pode ser considerado "bobo". Tem um palhaço que sai da caixa, chifres de ar e uma roda de botas. Ela também possui luzes de neon tipo um parque temático, assim como o resto das ilhas. A ilha foi formada com uma lembrança central de Riley que estava correndo pelada de seu pai depois de tomar banho, e reflete todas as vezes que Riley agiu de forma boba, descontraída e engraçada durante sua infância).

Fonte: trailer YouTube - DivertidaMente

Lembremos (a nós e aos alunos) que os professores também foram “pegos de calça-curta”! Nenhum deles estava alerta para algo que não se poderia prever. O que podemos pensar e crer é que estão buscando e se atualizando rumo às alternativas possíveis para continuar propondo o melhor processo de ensino-aprendizagem e em sua relação com os pequenos e grandes, a fim de encontrar alternativas com as quais consigam dialogar e continuar entregando educação de qualidade como serviço. Tenho visto esforços de colegas e alunos que têm se revelado ótimos professores-remoto, hábeis em aprendizados outrora inimaginados por eles mesmos e, num misto de curiosidade, medo e ousadia, têm vencido a batalha e feito do “limão uma limonada”!

Para estes e os demais, algumas atitudes interessantes em termos de Educação Emocional Assertiva são, por exemplo, o hábito de lembrar que o ensino domiciliar, uma realidade que em 2019 contava com cerca de 5.000 famílias brasileiras (que optavam por educar os filhos em casa), momento em que o governo estimava que 30 mil famílias tivessem interesse em adotar esse método e que, no entanto, era uma prática considerada ilegal pelo STF, hoje é, praticamente, uma realidade em  todo território nacional e é com os pais que estão compartilhando  o processo ensino-aprendizagem. Dessa forma, é interessante:

a) compreender as necessidades de cada família e suas idiossincrasias, exercitando a escuta das dificuldades dessas famílias, inserindo em sua grade curricular encontros online ao vivo para ajudar as menos preparadas e/ou adaptadas;

b) imergir, de fato, na Era da Informação e do Conhecimento (desde 1998 vivemos nessa Era), entrando nas diversas mídias disponíveis, com disposição de ouvir e compartilhar com os pais e cuidadores esclarecimentos e orientações sobre o processo ensino-aprendizagem a cada período.

c) Exercitar, portanto, a expressão de seus sentimentos compartilhando coma as famílias como estão se sentindo, seus episódios de “frio na barriga” e “saia justa”.

Assim, famílias e professores se colocarão no lugar uns dos outros numa Reversibilidade de Pensamento, numa Circulação de Conhecimento e numa rica Teoria Mental que dissemine a empatia, fortalecendo, desta forma, as relações de confiança e reciprocidade entre aqueles que ensinam, aqueles que aprendem e os novos atores da ação educativa estruturada: os pais. 


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2 comentários:

  1. Amei o texto...realmente está sendo um tempo de reinvenção de nossas práticas e pensares..nunca pensariam9s em viver desta forma tanto tempo...e esse tempo ...e a chance na verdade , de refletirmos nossas ações e tomar posturas...obrigada...Mari pela oportunidade de crescimento pessoal.

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  2. Olá, que bom que gostou! Diga-me seu nome, local, idade e formação por gentileza? Se quiser, pode enviar pelo e-mail: admedukaleidos@gmail.com
    Obrigada!

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